A tecnologia no escritório de advocacia

 

O Direito é uma ciência exata ou ainda depende de interpretação? Cada profissional da área detém um ponto de vista. Mas, a julgar pelo vídeo que circula na internet, do juiz norte-americano Frank Caprio, que julga a causa de um homem com mais de 90 anos, o entendimento humano ainda é determinante para a aplicação da lei.

Como é possível ver no vídeo, o juiz informa ao réu que é acusado de exceder o limite de velocidade em uma área escolar. Em sua defesa, o réu diz que está com 96 anos e apenas dirige rápido quando é necessário. Ele conta que no dia em que andava acima da velocidade, dirigia apressado até o banco de sangue em razão do filho de  63 anos, que está com câncer.

Depois de ouvi-lo, o juiz entendeu que o réu estava apenas fazendo o que havia feito a vida toda, cuidando da família. Por isso extinguiu o processo. A pergunta que fica dessa situação é: fosse um robô julgando o caso como uma ciência exata, a resolução seria a mesma determinada por Frank Caprio na corte dos EUA?

A inserção da tecnologia no escritório de advocacia

Com certeza, a tecnologia no escritório de advocacia já é uma realidade em várias partes do mundo e não pode ser dispensada. No Brasil, inclusive o Superior Tribunal Federal (STF) utiliza uma solução com inteligência artificial na tentativa de dar vazão aos processos. O objetivo maior em usar essa e outras tecnologias é assegurar resultados mais céleres, e não acabar com a advocacia, como pensam alguns profissionais de Direito.

Alguns resultados de sucesso já têm sido colhidos nesse sentido. Basta lembrar que antigamente era preciso ir até o fórum para protocolar os processos. Isso já não existe mais devido ao processo eletrônico e até em função do princípio da celeridade processual. Dessa maneira, a tecnologia no escritório de advocacia está presente até de forma indireta. Sem um computador, acesso à interna e aos sistemas dos Tribunais, profissionais de advocacia não conseguem enviar processos à Justiça. Portanto, não importa se o escritório não possui um software jurídico, para peticionar eletronicamente ou de legal analytics. Mesmo sem qualquer uma dessas soluções, seguem usando soluções tecnológicas para tornar a prática advocatícia possível.

Sendo assim, a tecnologia torna-se fundamental não só para os profissionais de Direito desempenharem suas funções, como também para  o cidadão, que também consegue ter acesso mais rápido às informações do Judiciário. Logo, perante ao já habitual uso da tecnologia, porque não potencializá-la a partir do uso de robôs? 

Afinal, da maneira como a advocacia evolui, os profissionais da área deparam-se somente com duas opções: amedrontar-se mediante essa evolução tecnológica vivenciada no meio jurídico ou, muito mais que adaptar-se, tornar a tecnologia no escritório de advocacia uma aliada capaz de potencializar o resultados.

Tecnologia no escritório de advocacia: de qual lado você está?

Geralmente, para quem se amedronta, a tecnologia no escritório de advocacia é algo que vai tornar a existência de profissionais de Direito desnecessária. É quem acredita que em um futuro próximo, esses profissionais estarão obsoletos. De fato, esse é um pensamento pessimista que tende a se tornar realidade mais pela resistência em mudar de postura e aceitar a inserção da tecnologia no Direito do que em razão da tecnologia.

Por outro lado, quem vê a tecnologia no escritório de advocacia como algo positivo, insere-se na advocacia do futuro de forma bastante natural, por estar aberto ao uso da tecnologia e deter um nível de consciência grande a esse respeito. Esses profissionais sabem, por exemplo, que não cabe aos profissionais de Direito exercer trabalhos que são repetitivos, pois, isso pode ser delegado à tecnologia. O que as soluções tecnológicas não podem fazer é repensar o Direito, o modo como se age e pensa. Isso, sim, é algo que apenas os profissionais da área conseguem.

Não é a tecnologia que soluciona o problema de um cliente, e sim o profissional de advocacia, com o suporte da tecnologia. Portanto, as soluções que se apresentam na prática diária do Direito servem de apoio na busca de resultados, mas não para pensar o Direito. Assim, delegá-las as atividades repetitivas permite aos profissionais tempo para serem mais criativos e produtivos. 

Nesse vídeo da websérie sobre Tecnologia, Gestão e Desafios na Advocacia, o Dr. Fernando Telini fala  sobre como utilizar melhor o tempo. Além disso, comenta sobre:

  • o papel da tecnologia;
  • como a tecnologia alavanca o escritório;
  • as tecnologias indispensáveis no escritório;
  • quem mais se beneficia com a tecnologia.

Assista ao vídeo:

Algo que o Dr. Telini fala é o quanto os profissionais de advocacia são beneficiados porque a tecnologia colabora para uma maior qualidade de vida no trabalho. Esse ganho de tempo em processos  internos pode ser ampliado apenas com uma mudança no envio das petições. O infográfico mostra um passo a passo importante para os escritórios de advocacia interessados em ser parte da advocacia 4.0 e não se deixar amedrontar pelo uso da tecnologia no escritório de advocacia.

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