Há um desafio em comum a todo profissional da advocacia: a gestão jurídica. Independentemente de ser recém-formado ou de já possuir alguns anos de carreira, o domínio das ferramentas certas para gerir o negócio jurídico ainda é algo a ser aperfeiçoado.
Muito disso se deve ao fato de que há uma evolução rápida dessas ferramentas, o que gera a necessidade de atualização constante. Um tempo que os profissionais do Direito nem sempre dispõe.
Qual é a alternativa, então? Uma delas é ler este conteúdo até o fim para absorver o maior número de melhores práticas possíveis para a gestão jurídica do escritório de advocacia.
Por onde começar a gestão jurídica
A gestão jurídica funciona como uma espécie de guarda-chuva, que resguarda todas as outras áreas gerenciais. Duas delas são a de finanças e de pessoas. Talvez, as principais para gerenciar um negócio jurídico e as que mais importam no planejamento estratégico inicial para estruturar a gestão.
Primeiro porque o financeiro é o que cuida para que o escritório de advocacia detenha sustentabilidade. Segundo porque quem atua na área do Direito, em algum momento precisa contar com a colaboração de um profissional ou estagiário de secretaria, recepção ou de Direito mesmo. Saber como construir, manter e até finalizar essa relação facilita o contato diário.
O próximo passo, então, é organizar o escritório de advocacia, de tal maneira que quando alguém precisa se ausentar, tudo possa ser facilmente localizado. Esse é um bom momento para pensar em quais tecnologias podem ser úteis ao escritório. Algumas podem ajudar, e muito, nessa organização.
Depois de esses tópicos estarem bem determinados, é o momento para pensar em questões como a produtividade da equipe, relacionamento com o cliente e marketing jurídico. Temas importantes para serem tratados em outro momento. Por enquanto, o foco é a base da gestão jurídica.
Passos para elaborar o planejamento estratégico
O planejamento estratégico é uma das boas práticas fundamentais para uma boa gestão do escritório de advocacia. Mas, a grande maioria concede pouca importância para ele. Em parte porque é preciso parar e fazer reflexões fundamentais para a sua construção e a rotina pouco permite momentos para projetar os rumos do escritório.
A questão é que independentemente do volume de trabalho, deve-se encontrar espaço para detalhar o os macro objetivos do escritório, os micro e as tarefas a realizar para alcançá-los em um determinado período de tempo. Sem esse ponto de partida, há a possibilidade de o escritório não crescer da forma saudável que se espera.
Sendo assim, de forma prática, para estruturar o planejamento estratégico, o importante é:
- Definir os objetivos maiores: como o escritório espera ser reconhecido?
- Estabelecer os objetivos menores: o que vai ajudar a gerar esse reconhecimento?
- Desenhar o plano de ação: o que é preciso fazer para alcançar os objetivos menores?
Com tudo bem definido, há só um ponto a detalhar: de que forma será feito o acompanhamento do planejamento para ter a certeza de que está progredindo dentro do esperado? Uma metodologia que funciona muito bem para essa mensuração é a metodologia OKR (Objective and Key Results).
Dicas para orientar a gestão de pessoas
Acima foi dito que a gestão de pessoas é um dos principais conhecimentos que está debaixo do guarda-chuva da gestão jurídica que se deve desenvolver para gerenciar um negócio na área do Direito.
Em escritórios de advocacia, deter esse conhecimento se torna ainda mais importante porque o trabalho exige que se lide com prazos o tempo todo. Sendo assim, designar a tarefa certa para a pessoa certa pode ser o diferencial que ajudará o escritório a crescer.
Afinal, uma boa prática na gestão de pessoas é reconhecer as habilidades de cada profissional e direcioná-las para tarefas correlatas. Por exemplo, ao perceber que há na equipe um profissional extrovertido, que se comunica facilmente com qualquer pessoa, talvez esse potencial possa ser melhor utilizado para a prospecção de clientes, ao invés de mantê-lo na elaboração de minutas e contratos.
Outra boa prática é e saber exatamente o perfil de profissional que é necessário contratar. Para isso, é preciso parar e observar. Quais são as habilidades que faltam à equipe? Essa pergunta pode ser atrelada ao planejamento estratégico: qual habilidade falta nos profissionais e que é preciso para atingir os objetivos do escritório?
Hoje, o LinkedIn é uma ótima ferramenta para encontrar esses profissionais. Além da busca ativa, a ferramenta também permite que se faça anúncios para prospectar colaboradores em potencial. Mas, ao usá-lo, é preciso disponibilizar o máximo de informações possíveis:
- como é o regime de contratação e de remuneração;
- qual é a personalidade esperada para estar de acordo com os valores e objetivos do escritório;
- qual é o nível de qualificação e experiência exigido;
- como é o ambiente de trabalho;
- quais são as expectativas em relação ao profissional a ser contratado.
A contratação é um passo importante, porém, só pode ser dado se tudo estiver correto com as finanças.
O que importante saber sobre finanças
Todo escritório de advocacia é um empreendimento que precisa de receita para poder arcar com as despesas. Por mais que seja totalmente digital e não detenha uma sede fixa, é preciso haver sustentabilidade para arcar com as tecnologias que dão suporte a esse modelo de advocacia. Sem contar as obrigações trabalhistas e fiscais, entre outras responsabilidades.
Portanto, é preciso planejar os custos e o faturamento à curto, médio e longo prazo. Esse pode ser um dos objetivos menores, mas não mesmo importante, a se incluir no planejamento estratégico. Outro pode ser a precificação. Como o escritório cobrará pelos serviços jurídicos?
Sem responder a essa pergunta básica, o negócio jurídico corre o risco de cair na armadilha de trabalhar demais e receber de menos. O resultado disso é previsível: o escritório não terá como se sustentar.
Por outro lado, essa realidade se manterá à distância se o valor for bem calculado. Isso significa que deve remunerar o profissional de advocacia de acordo com sua experiência e qualificação, ao mesmo tempo que é justo para o cliente. Além disso, o que mais pode ser considerado para o cálculo é:
- custo de manutenção de escritório;
- gastos com o tempo despendido em estudo e pesquisa;
- possibilidade de recursos, embargos e apelações;
- demais gastos que há entre o começo e o fim de uma ação.
Estão claras as melhores práticas de gestão jurídica para o escritório de advocacia? De qualquer forma, no eBook Manual da gestão financeira para o escritório de advocacia há mais informações que podem ajudar com insights para a gestão do negócio jurídico.